quarta-feira, 3 de abril de 2019

ORIENTAÇÕES SOBRE A DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA


Senhores pais e cuidadores, preocupados com os casos da doença mão-pé-boca nesta época do ano, gostaríamos de fazer algumas recomendações:
A doença mão-pé-boca é comum em bebês e crianças até 5 anos de idade e é caracterizada por febre, lesões na boca e erupções cutâneas (bolhas na pele). Inicia com febre, falta de apetite, mal-estar e com frequência dor de garganta.
É uma infecção enteroviral (vírus presente no intestino) contagiosa, causada pelo vírus Coxsackie, pertencente à família dos enterovírus, que habitam normalmente o nosso sistema digestivo. Esse tipo de vírus também pode causar as estomatites (aftas que aparecem na mucosa oral).
Modo de Transmissão:
A transmissão ocorre através da via fecal-oral, ou seja, pelo contato entre as pessoas, com a saliva, através de gotículas presentes no espirro e tosse, contato com fezes ou outras secreções (inclusive o líquido das bolhas) contaminadas, ou indiretamente por alimentos ou objetos contaminados.
A maioria dos casos acontece no verão, porém alguns casos podem ocorrer em períodos frios, pois o vírus Coxsackie possui grande capacidade de mutação e é capaz de se adaptar a diferentes situações.
Não existe vacina para este tipo de doença, por isso medidas de prevenção, principalmente de higiene pessoal, higiene no manuseio e preparo de alimentos e com objetos de uso comum entre as crianças são indispensáveis no controle dessa doença.
Sintomas:
O período de incubação do vírus é de aproximadamente 7 dias.A princípio os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, com coriza (nariz escorrendo), dor de garganta, falta de apetite, mal-estar e febre, podendo inicialmente ser confundida com um resfriado comum.
Sinais e sintomas que caracterizam a doença:
  • Febre (38º - 39º ◦C) – mas alguns casos podem ocorrer sem febre.
  •  Mal-estar.
  • Falta de apetite.
  • Cefaleia (dor de cabeça).
  • Vômito.
  • Diarreia.
  • Gânglios aumentados no pescoço.
  • Desidratação (boca seca e diminuição no volume de urina, para bebês menos de 6 trocas de fralda por dia, menos lagrimas ao chorar).
  •  Pequenas úlceras dolorosas dentro da boca, na língua, na parte interna das bochechas e gengivas (duram de 4 a 6 dias), semelhantes a aftas, o que pode causar inapetência (falta de apetite) e dor ao engolir.
Obs.: nos casos em que as lesões na boca se tornam muito dolorosas, dificultando a ingestão de alimentos e líquidos, a criança corre risco de desidratação, neste caso poderá ser necessária a administração de líquidos no hospital pela via endovenosa (na veia), e medicamentos para alívio da dor na região oral.
  • Surgem erupções de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital, eventualmente podem coçar (duram de 7 a 10 dias).
  • As bolhas podem surgir também nos joelhos e cotovelos.
  • Essas erupções tendem a regredir com a regressão da febre (entre 5 e 7 dias aproximadamente), mas as bolhas na região da boca podem permanecer até 4 semanas.
Tratamento:
O quadro clínico é autolimitado e melhora espontaneamente com as defesas do organismo, e o tratamento será direcionado para amenizar os sintomas, com o auxílio de antitérmicos, medicamentos para coceira e analgésicos prescritos pelo médico.
Também é recomendado para o tratamento:
  • Repouso
  •  Alimentação leve
  •  Aumento da ingestão de líquidos
Afastamento das crianças da escola:
Crianças que apresentam febre devem ficar em casa durante 24 horas depois que a febre passar (ou conforme a orientação do pediatra), lembrando que a regressão da febre é considerada em crianças que não tomaram remédio para essa baixar a febre neste período.
Também devem ficar em casa as crianças que não estejam se sentindo bem o suficiente para participar de atividades.
Crianças que apresentam bolhas abertas não devem comparecer a escola (geralmente levam 7 dias para que essas bolhas sequem).
O afastamento da criança da escola não reduzirá a propagação da doença mão-pé-boca, porque as crianças podem espalhar o vírus mesmo que não tenham sintomas e o vírus pode estar presente nas fezes por semanas após os sintomas terem desaparecido. O Pediatra orientará os familiares sobre o momento do retorno na unidade escolar.
Recomendações importantes para o cuidado da criança com a doença:

  • Evitar alimentos ácidos, temperados e quentes, devido as lesões na boca.
  • Prefira oferecer para a criança alimentos pastosos como purês e mingaus, pois são mais fáceis de engolir.
  •  Bebidas frias, como sucos, água e chá, são importantes para manter boa hidratação, e nesta temperatura podem ser mais facilmente ingeridos (devido as lesões na boca).
  •  Manter uma boa hidratação, com bebidas frias, como sucos e água, são indispensáveis para uma boa recuperação, e podem ser oferecidas com auxílio de canudos, para evitar o contato com as lesões na mucosa oral.
  • Nunca romper as bolhas das lesões.
  • A criança não deve comparecer na escola ou outros lugares com aglomeração infantil durante a doença para evitar a contaminação de outras crianças.
  • Evitar (neste período) beijos, abraços e compartilhamento de copos, brinquedos ou outros objetos com crianças que apresentam o vírus.
  •  Sempre lavar as mãos das crianças após a troca de fraldas, uso do banheiro e antes e das refeições.
  •  Manter as unhas das crianças curtas.
  • Os pais devem lavar as mãos após a troca de fraldas e higienizar a superfície de troca com água e sabão para evitar que o vírus se espalhe para outras superfícies.
  • Limpar os brinquedos que as crianças utilizam com água e sabão, deixar secar espontaneamente.
  •  Caso a criança divida o quarto com irmãos, separá-la deste ambiente durante o tratamento.
  • Intensificar a higienização das superfícies onde as crianças tocam, isso ajudará a evitar a transmissão do vírus para os irmãos e outras pessoas na casa.
Como os pais e familiares podem contribuir com a Escola para prevenir e controlar esta doença:
  •  Atentar para os sintomas em geral, pois nem todas as crianças apresentarão febre, por isso crianças com mal-estar, dor de garganta e lesões na boca ou pequenas bolhas na pele devem ser avaliadas pelo pediatra, e evitar ambientes aglomerados com outras crianças (para evitar a transmissão do vírus).
  • Manter as unhas das crianças curtas e limpas.
  • Ensinar as crianças a lavar as mãos após usar o banheiro, espirrar, tossir e antes das refeições (inclusive utilizar o álcool gel).
  • Crianças pequenas que utilizam fraldas deverão ter suas mãos higienizadas após cada troca de fralda e antes das refeições.
  •  Enviar uma garrafinha de água para uso individual da criança na escola, e higienizá-la diariamente.
  •  Levar diariamente para a escola toalha e lençol, e proceder a substituição dessas peças por limpas todos os dias.
  •  Ensinar a criança a não compartilhar brinquedos nem objetos, e higienizar qualquer brinquedo enviado para a escola.
  • Comunicar-se com o professor e a gestão escolar na suspeita da doença e se confirmada informar a escola para que outros pais recebam orientações.
  •  Manter a criança afastada da escola conforme orientação do Pediatra, normalmente o retorno é recomendado quando as bolhas secarem e a febre cessar (sem uso de medicamentos).
  • O que a Escola fará para prevenir e controlar esta doença:
  •  Orientará as crianças a lavar as mãos adequadamente com água e sabão.
  • Orientará as crianças a utilizar o álcool gel para evitar riscos (ingestão acidental, uso inadequado).
  •  Orientará e supervisionará para que as crianças a não compartilhem materiais (talheres, comida, brinquedos e outros objetos).
  •  Intensificará a higienização de todos os ambientes escolares, inclusive dos brinquedos.
  •  Intensificará a orientação dos colaboradores quanto ao protocolo de troca de fraldas.
  •  Enviará diariamente as roupas de uso pessoal das crianças para que os pais providenciem a substituição (se possível), como toalha de banho e lençol.
  •  Intensificará a orientação dos colaboradores sobre a lavagem das mãos nos diferentes momentos do dia.
  •  Intensificará a higienização de frutas, verduras e legumes.
  •  As janelas serão mantidas abertas para ampliar a renovação do ar. Quando o ar condicionado for indispensável (dias muito quentes), este será desligado a cada 2 horas e as janelas permanecerão abertas por 1 hora para garantir a ventilação/renovação do ar, antes de serem ligados novamente
Com a participação efetiva de todos: família e escola vão enfrentar esse vírus e preservar a vida e saúde de nossos alunos!
Contamos com a colaboração de vocês!
Fique atento!!!!


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